Provavelmente, muitos de vocês já não o conheceram, mas certamente ouviram falar dele, pois foi professor de Desenho e Comunicação Visual de inúmeras gerações de estudantes de Artes Plásticas, Design e Arquitectura que passaram nas Belas Artes de Lisboa, era escultor e fazia programas de televisão. As biografias que a imprensa publica hoje e, certamente, amanhã, podem conviver com esta pequena memória sobre ele: o mestre Lagoa Henriques, para além de ser um professor de Desenho extraordinário, era um brilhante comunicador e um homem de grande cultura, sentido humanístico e sensibilidade, único na sua capacidade de nos despertar para a riqueza espantosa do mundo que nos rodeia e da vida que passa. E tinha sempre um olhar especial para cada um de nós, para nos descobrir diferenças e qualidades, para nos motivar com a sua energia transbordante com uma frase poética, um exemplo de um artista, de um escritor, ou de uma pessoa que, no momento, passava na rua e a quem ele, depois de cumprimentar efusivamente, era capaz de inventar uma história plausível, desenhada a traços largos. Era ele que nos ensinava como, na simplicidade de um traço e no vazio que deixa, pode estar a história de uma vida.
Era bom haver assim muitos mais mestres (caiu em desuso esta palavra, não foi?).
Fica um vazio, fica um vazio entre todos os traços e palavras...
Era bom haver assim muitos mais mestres (caiu em desuso esta palavra, não foi?).
Fica um vazio, fica um vazio entre todos os traços e palavras...
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